História do CEAMIG

V. O Centro de Estudos Astronômicos César Lattes de Minas Gerais

Levados agora pelo entusiasmo, Dª Zininha Wykrota, Marcos Magalhães Rubinger, Henrique Wykrota, Heros Campos Jardim e outras pessoas que freqüentavam as reuniões na residência de Dª Zininha, fundaram o Centro de Estudos Astronômicos César Lattes de Minas Gerais, nome este dado em homenagem ao jovem físico brasileiro que certamente seria um prêmio Nobel de física, pois vinha fazendo importantes trabalhos na descoberta do Meson PI.

Mas talvez os problemas de uma nação que vinha à deriva das outras mais desenvolvidas, fizeram com que César Amansueto Lattes não fosse agraciado com o prêmio, o que seria justo. E esta foi uma simples homenagem que o pessoal mineiro amante da Astronomia prestou ao físico César Lattes.

O Centro tinha como emblema a figura simpática de um velhinho de longas barbas brancas, de pé sobre a terra, com uma luneta a observar a abóbada celeste e com os dizeres em latim que traduzidos para o português, significam "Como a terra me parece pequena quando olho para o céu".

A sala de Dª Zininha já não comportava mais o número de sócios e de pessoas que ali se dirigiam para assistir as palestras ministradas pelos que já tinham um maior conhecimento, e mais uma vez aparece em nossa história a figura encantadora de Dr. Henrique Wykrota, que abriu mão de uma sala que era de sua propriedade no 15º andar do edifício Acaiaca.

Os problemas estavam só no começo: na sala não haviam cadeiras nem mesmo material para uso didático. Solicitaram então uma audiência com o governador de Minas, o dadivoso Dr. Juscelino K. de Oliveira, e solicitaram a ele um auxílio para a aquisição das cadeiras e do material didático necessário para ser ministradas as palestras pelo pessoal do Centro. Ele imediatamente, para surpresa de todos que ali se encontravam escreveu de próprio punho uma autorização à Secretaria das Finanças do Estado liberando a verba para o Centro.

Mas um outro problema, desta vez um pouco mais difícil que a audiência com o governador, era que a Secretaria das Finanças não dispunha da verba no momento. E foram dias incansáveis nos quais Dr. Henrique passou a transitar pelos corredores daquela secretaria. Finalmente o dinheiro foi liberado, o que foi motivo de grande alegria para os sócios que, apesar do tempo que também não fora muito longo, puderam sentir a magnanimidade e benignidade de quem seria mais tarde o presidente que esta nação passaria a respeitar e admirar pela sua visão de progresso e desenvolvimento.

Paralelamente o pessoal associado ao Centro em número cada vez maior, faziam observações astronômicas em um local na época denominado como Pico, onde hoje é a praça Milton Campos, e na região da Pampulha que ainda não existia, logo após sua inauguração, a poluição do lago e a poluição luminosa hoje existentes no contorno da lagoa e áreas adjacentes, que tornaram difíceis as observações naquele local. O Centro não se limitava só a estas atividades. O pessoal também fazia conferências em colégios, e o Centro veio com isto a crescer e logo a sala do edifício Acaiaca não mais comportava o número de associados.

Assim, mais uma vez os sócios conseguiram contornar o problema, através da ajuda do Dr. Aluísio Leite Guimarães, que era diretor-presidente do Banco Comércio e Indústria. O Centro teve sua sede transferida para o auditório do Edifício Imeco, pois era inconcebível aos olhos do ilustre executivo que sua amada ciência e os demais colegas se vissem prejudicados com tal problema.

É justamente nesta época que aparecem, no Centro de Estudos Astronômicos César Lattes de Minas Gerais, Eduardo Janot Pacheco, Caio Márcio Rodrigues, Rodrigo Dias Társia e Bernardo Riedel.

Dr. Heros, através de seu programa, e o restante do pessoal, através de suas conferências em colégios e escolas na capital, faziam crescer a passos largos a astronomia em Minas Gerais e aqueles jovens mais tarde viriam a se transformar em mestres e doutores do mais alto nível em astronomia, não só em nosso Estado mas em todo o Brasil.

 
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I. Dª Zininha Wykrota
II. O Obs. Nacional e o Eclipse de Bocaiúva
III. O Eclipse de Bocaiúva
IV. Os mistérios do Firmamento
V. O Centro de Estudos Astronômicos César Lattes de Minas Gerais
VI. Um sonho que ainda não se tornou realidade
VII. A lei de Utilidade Pública
VIII. Os Mistérios na TV
IX. Um presente que caiu do céu
X. Do marasmo surge a SEA
 


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