Historia do CEAMIG

II. O Obs. Nacional e o Eclipse de Bocaiúva

"... Em 20 de maio de 1947 ocorreria um eclipse total do sol cuja faixa de totalidade cortaria vasta região do Brasil, e cuja duração de 5,2 minutos era muito boa para certos tipos de observação..."(...op. cit. P .213)

"... Já havíamos perdido a oportunidade de executar trabalhos em 1940 e 1944, dentro do pesadelo da 2ª guerra mundial, quebrando a antiga tradição de observar os eclipses totais no território Brasileiro, como ocorrera em 1858, 1865, 1912 e no famoso eclipse de Sobral, em 1919..." (...op. cit. P. 213)

"... Aquele eclipse era muito importante para a astronomia internacional pois, após a guerra era a primeira oportunidade de se observar um eclipse de grande duração, e que seria visível em regiões com boas qualidades logísticas. George Van Biesbroeck, do Observatório de Yerkes, EUA, planejava observar o efeito einstein,..." o que "... Andrew Crommelin e C.R. Davidson..." já fizeram em 1919, em Sobral - CE. (...op. cit. P. 213)

"... Uma numerosa e bem equipada missão Russa, e outros grupos de vários países viriam também ao Brasil, a missão de Yerkes se localizaria em Bocaiúva, Minas Gerais, o que fez com aquele eclipse fosse denominado como " Eclipse de Bocaiúva... ". (...op. cit. P. 213/214)

"... O orçamento do Observatório Nacional era pequeno e só era suficiente para efetuar o pagamento do seu quadro de pessoal e imprimir as efemérides. Atendendo aos apelos de Domingos Fernandes Costa, o então diretor do ON, Sebastião Sodré da Gama, submeteu em janeiro ao Ministério da Educação e Saúde um pedido de verba extraordinária de duzentos mil cruzeiros, convertendo este valor em cruzeiros reais,..." hoje teríamos cerca de R$ 2.000,00 o que convenhamos, "... não era muito, pela participação do país em um evento científico histórico..." (...op. cit. P. 214)

"... O Observatório Nacional já possuía uma tradição internacional e na ocasião, era a única instituição científica brasileira capaz de participar da observação do eclipse. O processo de obtenção de crédito extraordinário andava lento pelos corredores e, afinal foi bater às portas do congresso..." (...op. cit. P. 214)

"... Por livre iniciativa, um grupo de industriais resolvera financiar o observatório no empreendimento, para isso, entretanto, havia necessidade de autorização do congresso. O projeto de doação da verba correu célere, e alcançou o pedido de crédito extraordinário..." (...op. cit. P. 214)

"... Um Deputado que já obstruíra o pedido de crédito extra para o ON. por várias vezes, fizera um belo e irresponsável discurso, afirmando que o governo e o congresso não precisavam de esmolas de particulares para financiar um empreendimento científico. E obstruiu mais uma vez..." ( ...op cit. P. 214)

"... A título de curiosidade, a mesma autoridade tempos depois fora expulsa do congresso, pois tivera publicado na revista " O Cruzeiro " uma fotografia sua só de cuecas...." (...op. cit. P. 214)

"... Lélio Gama, vendo que Domingos Fernandes Costa estava cada vez mais sem esperanças de fazer algum trabalho científico sobre o eclipse, resolvera fazer um trabalho de alta representação científica. Ele fora a Vassouras - RJ e lá ele medira a variação do campo geomagnético em um intervalo que compreendia o eclipse. Nasceu daí o trabalho " Magnetic Effects observed at Vassouras, Brazil, during the solar eclipse of May 20,1947 " que publicado no " Journal of terrestrial magnetism and electricity " seria a contribuição do Observatório Nacional e do próprio país a ombrear-se com os melhores resultados internacionais..." (...op. cit. P. 216)

" ... A verba extraordinária foi, finalmente, votada e aprovada, porém dois dias depois do eclipse. Domingos Fernandes Costa, com um sorriso de amarga ironia disse então: " .. Era o caso de termos transferido o eclipse e, no final das contas, a culpa é da astronomia que é mais rígida que a burocracia... ". (...op. cit. P. 215)

 
Menu
I. Dª Zininha Wykrota
II. O Obs. Nacional e o Eclipse de Bocaiúva
III. O Eclipse de Bocaiúva
IV. Os mistérios do Firmamento
V. O Centro de Estudos Astronômicos César Lattes de Minas Gerais
VI. Um sonho que ainda não se tornou realidade
VII. A lei de Utilidade Pública
VIII. Os Mistérios na TV
IX. Um presente que caiu do céu
X. Do marasmo surge a SEA
 


Sugestões sobre este site: ceamig@ceamig.org.br